Ele não sabia o que era aquilo. Ela roubava todo o ar ao redor, brilhava como ninguém. Ele colocava as mãos nos bolsos pra seca-las e esconde-las. Não conseguia controla-las. Os seus órgãos, todo o seu corpo, parecia trabalhar mais rápido quando ela chagava. Se sentia um idiota sentindo aquilo que não conhecia. Já ela conhecia bem, mas não sentia. Estava vazia, seca. O sorriso que trazia no rosto, era apenas um modo de fazer com que ninguém perguntasse sobre sua vida. Quem a olhava logo pensava: ela deve ter a vida perfeita, tem o que e quem quiser. O que era mentira. Ela nunca teve o que queria, tão pouco quem queria. Fazia proveito das coisas que tinha. Agarrava todas as oportunidades, pois sabia que elas nunca se perdem. Sempre haverá alguém, que vai aproveita-las. Era forte. Mas quando estava sozinha, chorava. Não por tristeza mas por saudade. É claro, ele não sabia disso. Ninguém sabia. Ele estava descobrindo algo, que ela morreria pra nunca mais ver.
Ele a observava. Hoje ela estava de vestido. Não pôde acreditar. Ela conseguia superar cada dia mais sua beleza. Beleza essa contemporânea.
Sala quente no calor, fria demais no inverno, mas com ela ali, tudo estava bom. E ela querendo sumir. levantou-se rápido e saiu correndo. Ninguém nunca sabia pra onde ela ia, e não era a primeira vez que acontecia. Ela ia chorar. Vontade essa que sempre surgia do nada. Se ele soubesse, que ela odiava a vida e vivia por viver... Mas não sabia. Ninguém sabia.
Estava calor, e aqueles cabelos caídos nos ombros misturado com o sorriso impecável dela, fazia ele respirar melhor.
E tudo o que ela queria, era saber quem alguém sentia o mesmo.
Cristina
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