quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

É a conclusão  Não sou eu com ele, não conheço ele tao bem assim. Mas tudo isso faz com que eu me conheça melhor. Isso é totalmente sem sentido. Só penso em mim, no que sinto, faço, aprendo, etc, quando sinto ele perto. Não é irônico? Alcançar o seu intimo, se conhecer melhor, ter inspiração por causa de um estranho que esta tão longe, que mesmo se tivesse ao seu lado ainda teria alguns kilometros entre vocês. Irônico conseguir se abrir com a distancia por causa de alguém que te fecha com a presença.

Cristina.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Eu sei que rezávamos baixinho. Não sei bem porque você fazia isso, mas uma parte era desejando que eu realmente quisesse estar ali. Enquanto eu só queria que você não estivesse preocupado com isso. Novos tempos. Tenho pensando nisso e talvez seja o termo errado. Novos olhares, mas ficou estranho. Assim como eu. Não me reconheço em momentos como aquele em que me vejo agindo, fazendo o que falo, não sentindo medo. Fico contente de que seja com você.

Cristina.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Você passou com seus passos apressados e naqueles segundos eu de repente tinha uma bigorna no lugar do coração. A dor amorosa pode ser psicológica, a verdade que eu sinto pode ser coisa do meu subconsciente murchando de saudade, mas o peso nesse lado esquerdo é a coisa mais real que tive a oportunidade de sentir. Me desculpe por achar que dois anos é muito tempo.
Já aconteceu, eu já te vi passando sem estar desejando te ver. Já aconteceu de as pessoas se cansarem de você sem nem ao menos te conhecerem, mas sim por minha causa. Já aconteceu de te chamarem de idiota, e eu ficar perplexa e permitindo-me questionar o resto da noite : Mas como, como achar ele um idiota? Ele não é um idiota das FORMAS MAIS IDIOTAS DO MUNDO.
De repente não consigo chorar.


Camila Martins

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Pterodáctilo



Estou escrevendo porque tem pterodáctilos no meu estomago, borboletas fazem cócegas mas isso dói. Estou escrevendo porque eu abri a janela. Estou escrevendo porque meu coração bate muito forte há umas duas horas. Estou digitando na verdade. Escrever verdadeiramente é no papel.
Estou digitando porque meu caderno já está empanturrado de textos passados. Estou digitando enquanto espero a bel me trazer outro caderno de folhas recicladas. Estou digitando porque meu coração ainda bate forte. Tão forte quanto o bater de asas dos pterodáctilos. Estou digitando porque você me permitiu.
Estou toda misturada, meu estomago bate e meu coração fica em silencio. Meu corpo pensa e minha mente age. Você precisa de um café, e eu preciso te ver. Eu preciso te ver pra você vir como um meteoro e explodir em mim. Pra extinguir os pterodáctilos em mim. Pra me destruir e me dar a chance de começar de novo.
Estou digitando porque você está escolhendo o bar que vai me levar. Estou digitando porque eu ouvi uma unica musica compulsivamente hoje. Estou digitando enquanto espero a sua resposta, enquanto existe a certeza de possibilidade, enquanto você pensa. Estou digitando enquanto eu ainda posso te ver passar sem você me ignorar.
Minha respiração não é suficiente para os pterodáctilos. Estão famintos, comendo as paredes do meu estomago como a pior das gastrites. O que me faz temer te ver. O que me faz pensar em como eles ficarão quando avistarem algo desconhecido vindo do céu, o quanto eles ficarão agitados. Tentarão se esconder atras dos pulmões impedindo a passagem suficiente de ar, e atras do coração. O músculo pulsante, ficará tão apertado pela falta de espaço que sairá pela boca. Mas o meteoro vem, assim como está escrito nos livros de escola.




Meu mesmo

sábado, 14 de julho de 2012

Janelas


Eu só preciso da sua janela aberta. Sua janela de madeira velha, aberta bem de frente pra mim e eu vendo quase tudo pelas cortinas. Vejo a silhueta das histórias que você conta, escondidas atras das cortinas de "nada é o que parece". Dessa vez você veio no outono, pra colher o que esta envelhecendo. Pra tentar maquiar o passado. Mas eu sei. Sei que chegou as semanas nas quais você abre a janela pra tirar o cheiro de mofo, e quando achar que é o suficiente, vai fechar de novo. Sei disso. Mas eu queria essa janela aberta para eu poder te dar um bom dia caso você aparecesse. Pra eu poder deixar um bolo quente, ou uma caneca de café. Pra você me espiar quando estivesse com tédio, e te fizesse pensar no que poderia ter sido. Pra eu poder ouvir tua voz. Mas a janela já já se fecha e você nem vai se despedir. Irei esperar uma longa temporada até toda poluição entrar pela fresta da janela e te incomodar. Porque não adianta bater na madeira velha da janela. Nem mesmo na porta nova. Você não abre para estranhos. E enquanto o cheiro não vai embora, e fico aqui admirando seus quadros e pensando porque não consigo manter a janela aberta. Ou porque você deixa as cortinas fechadas. Porque não importa o que eu faço, você sempre vai e tranca tudo. Não espere sempre um lugar pra jogar fora, o que não vai usar. Você continua afiado mas eu estou cansando. Mas canso aqui, do outro lado da rua, na janela da frente. Canso no mesmo lugar para que você possa me encontrar quando decidir voltar. Pois eu sei que volta um dia. Você sempre volta enquanto eu fico aqui esperando você ir embora.



Cristina Martins