Cada qual

Eu acho que minha mãe não sabia muito sobre o que eu estava sentindo. Afinal, meu pai foi o primeiro e único homem da vida dela. Então ela não entendia quando eu dizia, que realmente estava amando de novo, e aquele amor passado, tinha ficado lá, e só era lembranças. Que eu, hoje, me sentia normal e indiferente na presença dele. Hoje, ele só era um garoto de quem gostei, só isso.

Então, ela não tinha passado por isso. Não sabia como é ficar sem alguém que ama, então era uma pessoa avulsa, sem poder me aconselhar.

Isso não me aborrece, pois sei que são histórias diferentes, e com finais diferentes. Mas existia uma coisa que realmente me deixava triste. Apesar de estar livre do passado, o que era um milagre, eu estava triste.

Porque pra variar eu estava sozinha. Na verdade esse não era o motivo da tristeza. Solidão nunca foi um problema pra mim. É que novamente a história se repetia. Eu me apaixonava sem motivo por alguém totalmente estranho. Ai, esse sentimento só aumentava. Você me faz um bem sem saber, e eu querendo me apresentar, e dizer que sou a sua mais nova admiradora. Nova sim, porque há uma legião delas.

Minha mãe disse que eu não posso dizer nada, pois o rapaz tem que gostar mais do que a moça. Eu não acho. É muito relativo. Pra mim deve haver igualdade. Pode ser que uma mulher faça um homem se apaixonar por ela fácil, mas o homem não consegue. Ou ela gosta, ou não gosta.

Mas ora, eu gosto de você. Você é um cara de sorte. Ou não.

Por enquanto, vou sentar aqui, olhar o sol que ultimamente, não consegue me esquentar. Não vou fazer nada. Vou ouvir minha mãe ao menos uma vez na vida. Quem sabe você não sente minha falta?

Tá esse não é meu objetivo. Não quero alguém morrendo por mim. Quero o conforto que só sinto com você.

Cristina