terça-feira, 10 de agosto de 2010

Asshole

Encostou numa árvore, e esperou o ar voltar aos seus pulmões. Olhou para traz e viu que já estava muito longe. O sol era escaldante, mas não conseguia aquecer seu coração gelado. Ela fugia. Corria. Para o mais longe possível. Fugia de um amor. Mas como ela era tola. Eu até entendo. Estava cheia, de ter que segurar em algo, toda vez que o via. Não aguentava mais parecer uma tapada, toda vez que ele vinha falar com ela. Ela buscava o ar de todas as formas possíveis, quando ele a olhava. Mas era em vão. E então ela não aguentou. Ele iria se casar e de imediato, ela soube, que não poderia mais vê-lo. Ela sabia que seria capaz de matar a tal mulher, e que isso só serviria para ele odiá-la.
Daí, veio a brilhante idéia de fugir. Achava que o tempo faria ela se esquecer, e finalmente poderia ter uma noite de sono tranquila.
Amarrou seus cabelos, deixou tudo e correu. Correu até seus pés não obedecerem mais, e então teve que parar. Estava decidida a ir mais longe ainda. Apertava bem os olhos, quando o fato de nunca mais vê-lo dava vontade de chorar.
Deitou sobre a sombra que a árvore fazia, e tentou descobrir o que faria dali pra frente. Como ela poderia viver sem ele? Tá, ela sabia que nunca tinha estado junto dele. Mas só o fato de respirar o mesmo ar que ele, já era confortador.
Ela o odiava, e sabia que voltaria. Ela não queria noites em paz. Não sem ele. Então a dor seria uma boa companheira, concluiu.


Cristina

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