Mas o que eu queria realmente era escrever, e não ler. Mas essa vontade não passa disso. Não acredito, parece que vou escrever sobre esse minha falta de inspiração. É, nada me inspira. Quando pego o caderno, e coloco a caneta na mão, a cor da folha me provoca dor de cabeça. Eu já tinha me prometido a não usar tantos pontos finais, nem 'mas', nem escrever esse tipo de texto. Parece mais um diário, mas é a unica coisa que está saindo. Tá, vamos começar de novo.
Olho os livros na estante. Já li quase todos. Alguns são tristes, outros inteligentes. Olho os cd's, todos empilhados. Odeio sua bagunça. Pensei em pegar um escondido quando você não estivesse olhando, só pra ver você procurar. Ai eu ia brigar com você, e mandar você arrumar. Mas eu me conheço. Iria começar a rir, e estragar tudo. Você iria me chamar de idiota, e me dar um tapa. Apesar de adorar a sua falta de romantismo, isso me entristece. Mas eu sei que não faz por mal. É você, e por isso eu o amo. Sempre que você vem com algo bonitinho, eu já penso que você está com outra. Assim como a vez que você me chamou de 'amor'. Fiquei super desconfiada. Deve ser por isso que você nunca mais chamou. As vezes, tenho vontade que você me trate como o Carlos Gardel. Você é muito criativo para nomear as coisas. Adimito, tenho ciúmes daquele cachorro. Alias, essa bagunça mais a sujeira dele, é um dos motivos de eu vir tão pouco a sua casa. Quando tivermos a nossa, pode ter certeza: se esse pulguento ainda estiver vivo, ele vai ficar pra fora! Se não gosta, procure outra. Que adore um cara rude, assim como você. Que ouça Raul tanto quanto você. Que te ame assim, mal educado, e com essa barba enorme. Duvido que encontre, então escolhe. Tá, já sei.
Um dia eu mato esse Carlos Gardel.
Cristina
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