Sabe,

daqui a 30 anos enquanto eu estivesse sentada num sofá lendo um livro, queria que minha filha sentasse ao meu lado, e me perguntasse sobre o meu primeiro amor e quisesse saber como aconteceu, o que eu passei, o que senti, como suportei.

Eu contaria tudo, todas as vezes que pensei em você, quando te vi pela primeira vez, quando chorei e ri por sua causa. Como sofri de saudade, como fui forte por conseguir suportar seu desprezo. Queria dizer que eu nunca amei ninguém mais do que você, e ela um dia iria saber o que era isso. E se corresse uma lágrima de mim ou dela, eu começaria a contar todos os momentos maravilhosos que tive a honra de viver ao seu lado, de como você me fez imensamente feliz sem saber. Que mesmo se o tempo passasse, você continuaria sendo o único, e os outros apenas os outros. Mesmo depois de tudo isso, queria é que ela ficasse com ódio de você, e quissesse te matar por me deixar tão mal e ir embora sem se importar. Ai ela ia perguntar o que você fez da vida e como eu segui. Eu diria que o mundo dá voltas, e o que realmente é nosso sempre volta. Talvez ela iria querer saber se eu sabia onde você estava. E agora vem o meu desejo maior: Eu queria dizer a ela, que você esta logo ali do outro lado da sala ouvindo tudo o que eu estava dizendo, com aquele sorriso único.

Cristina