É que agora a pouco, morri de vergonha. A campainha tocou, e eu não fazia idéia de quem era. Espiei pela janela, e era você. Juro que era. O mesmo modo de fingir que não estava olhando, o mesmo corte de cabelo. Entrei em desespero. Que diabos você estava fazendo ali? Tentei dar um jeito no meu cabelo irreparável, e fui lá receber o seu abraço e pedido de desculpas. No caminho até porta, todas a imagens do último ano vieram a minha cabeça. Lembrei do meu pedido no ano novo, alguém lindo, retardado e louco como você. Mas eu estava desesperada, você estava ali. Como assim? Pra que? Você não ia me pedir desculpas, não mesmo. Nem se eu contasse, que você me deixou arrasada, e profundamente triste, precisando do apoio dos outros.
Mas agora, você estava ali. Abri a porta, e um cara bem bonito por sinal, me olha como se eu fosse louca e pergunta: "Você é a Cristina?". Respondi com um pouco de medo, confesso, "Sim sou eu". "Essas flores são pra você", "Que? Quem mandou?", "Não quis de identificar, só disse que é um admirador secreto". E o cara foi embora. Que porcaria de admirador secreto é esse? Que merda, odeio flores. O cara vem na minha casa, me entrega flores, e ainda é igual a você. Eu mereço. Se ao menos fossem lírios.
Cristina
Gostei muito.
ResponderExcluirAcho muito dahora o seu jeito de escrever coisas que não são reais